Marx ressalta que a cisão da mercadoria em valor de uso e valor, ou, a cisão do trabalho em trabalho útil e abstrato, não é obra de uma ação consciente e, sim, de um movimento de troca que se autonomiza em relação a toda consciência e vontade individual. Marx esclarece os traços fundamentais dessa situação tipificando formas sociais distintas, como a produção feudal da Idade Média europeia, a comunidade agrícola patriarcal e uma "associação de homens livres" pós-capitalista, nas quais o trabalho aparece de modo imediatamente social, sem passar pela mediação da troca de produtos e suas formas de naturalização da sociabilidade. Por fim, Marx apresenta uma versão mais elaborada de sua teoria materialista da história, na qual outras instâncias sociais além da economia "desempenham papel principal", uma vez que esse papel lhes tenha sido atribuído por uma forma específica pela qual os seres humanos "produzem sua vida".
CONTEÚDO: A 1.Noções introdutórias: ciência, teoria, método e conhecimento. 2.As abordagens "clássicas"da teoria do conhecimento; filosofias e teorias da História no advento da modernidade ocidental. 3.Pressupostos racionalistas e empiristas na epistemologia da História. 4.Pressupostos dialéticos na teoria da História. 5.Desdobramentos contemporâneos: o papel da teoria nos procedimentos da pesquisa histórica e no ensino de História na educação básica.
CONTEÚDO: B O curso pretende examinar como a história foi pensada através de concepções dialéticas por autores clássicos, como Hegel, Marx, Lukács e Benjamin. Já no pensamento hegeliano, estudaremos o modo com que ele concilia as visões opostas de história dos povos de Herder com a idéia de progresso do Iluminismo, mediante os conceitos lógicos da identidade de opostos. A partir daí, serão analisados os conceitos de uma dialética materialista da história em Marx Lukács e Benjamin, levando-se em conta como neles é desenvolvida a dimensão dialética, sem a qual corre-se o risco de ver o materialismo tornar-se mecanicismo positivista. Em Marx o núcleo dialético se encontra no trabalho e na sua relação com o capital, enquanto que em Lukács a tensão se concentra na oposição entre as forças reificantes do capitalismo e a possibilidade de solução revolucionária. Em Benjamin, finalmente, o materialismo é ponto de partida para uma revolucionária reflexão sobre o tempo histórico, implodindo categorias clássicas do historicismo e aproximando-se, por outro lado, de algumas questões centrais da hermenêutica 1- A elaboração do conceito de história como progresso no Iluminismo: Condorcet 2- A crítica romântica e o conceito de história dos povos: Herder 3- A Filosofia da História de Hegel 3.1.-Filosofia e história: unidade dialética 3.2.-O indivíduo e o estado 3.3.- O espírito dos povos e o espírito universal 4- A Teoria da História de Marx 4.1.-A crítica ao 'idealismo' hegeliano 4.2.-Dialética e materialismo 4.3.-Fetichismo e capitalismo 5- A Teoria da História de Lukács 5.1.-Consciência e o sujeito da história 5.2.-A dimensão dialética do materialismo 5.3.-Reificação e Revolução 6- A Teoria da História de Benjamin 6.1.- Materialismo e Consciência 6.2.- Narrativa e experiência: história e arte 6.3.- Tempo e Temporalidades 7- As dialéticas do ser social. Ensino de História e concepção dialética da educação.
CONTEÚDO: C 1. Filosofias de História: 1.1 Filosofias Religiosas 1.2. Filosofias Laicas 2. Teorias de História: 2. 1 Teorias de História do século XIX 2.2 Teorias de História do século XX 3. Teorias de Historiografia: 3.1 A disciplina História: 3.2 A História no século XIX 3.3 Os paradigmas epistemológicos clássicos 4. A questão da institucionalização dos estudos históricos nas Universidades 4.1 Os Estudos Históricos no Brasil no século XIX e XX 5. Ciência Histórica na primeira metade do século XX: 5.1 O debate qualitativo & quantitativo 5.2 A fragmentação do campo. 6. Fundamentos epistemológicos do ensino de História.
Analisar as especificidades das ciências humanas e os sedimentos socioculturais que fundamentam as teorias da História. Introduzir as questões sobre as Filosofias de História, Teorias de História e as Teorias de Historiografia no século XIX e primeira metade do século XX; os paradigmas epistemológicos que dominam os estudos históricos; a institucionalização dos estudos históricos nas Universidades e Institutos de Pesquisa; a ciência histórica no século XIX e XX e as questões teóricas que encaminharam o processo de fragmentação do campo historiográfico. - História e Dialética. Compreender aspectos de Teorias da História e teorias da educação. Conhecer alguns dos fundamentos teóricos do ensino de História.